Ontem fiquei um pouco perturbada com uma coisa que me disseram os meus novos vizinhos (adolescentes), são irmãos, aliás, têm uma família enorme são pelo menos 5 irmãos e irmãs de origem Kosovar.
Estávamos nós no parque com a pequena, que eles adoram, quando iniciámos diálogo:
Como não sei o nome identifico-os por A1 e A2
M: Então as férias estão quase a acabar não é?
A1: Sim, a escola começa quinta-feira.
M: Andam em que escola?
A1: Na ........
A2: Em breve será o CO.
CO, penso que seja o nível escolar, portanto fiquei a saber o mesmo.
Eu: Ah e vocês são gémeos?
A1 Afasta-se
A2: Não, somo gémeas, ela pensa que é rapaz mas é uma rapariga.
Eu e M: !!!!!!!!!!!!
Bem, aqui é que está o hic, ou seja, eu sempre pensei que ele ou ela fosse rapaz, veste-se como tal, corte de cabelo como tal, etc.
Acho que a minha pergunta feriu um bocadinho, visto que se afastou logo, e a resposta da irmã não foi melhor.
O que me perturba nisto tudo não é o facto de se fazer passar por um rapaz. Eu e o marido pensamos que talvez seja hermafrodita (tem os dois sexos), ou talvez seja uma adolescente que não se sente rapariga, como muitas vezes ouvimos os transexuais ou homossexuais dizerem que desde crianças se sentem diferentes.
O que me perturbou, foi a reacção, o afastamento, pensar como a família vive este facto (aparentemente bem).
Fui eu que fiz a pergunta, sinto-me culpada, mas não os conheço bem para me meter na vida deles.
Espero que não se afaste, por pensar que nos perturbou ou que a vamos discriminar, espero ainda ter oportunidade de lhe mostrar isso mesmo.
O certo é que ainda não consigo vê-la como rapariga.
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